Desenvolvendo iniciativas de diversificação

O desempenho econômico e as perspectivas de desenvolvimento de muitos países em desenvolvimento dependem em grande medida de suas exportações de produtos básicos. O impacto econômico dessa dependência em relação a poucos produtos em geral é adverso e causa danos, prejudicando o crescimento e impedindo a redução da pobreza nesses países. Uma proporção muito grande das receitas de exportação desses países vem do café e, quando os preços caem, numerosos cafeicultores que dele dependem para obter a maior parte de suas receitas são golpeados duramente.

Exemplo de desmatamento em Veracruz, México

Como parte de seus esforços para reduzir a vulnerabilidade dos cafeicultores, a OIC está empenhada na elaboração de um programa de diversificação englobando esforços centrados em projetos específicos, capazes de gerar receitas complementares para os cafeicultores, através, por exemplo, da introdução de novos cultivos sem a eliminação do próprio café. A OIC também tem interesse em apoiar projetos de diversificação vertical na busca de tipos de café que assegurem maior valor agregado.

A OIC, porém, reconhece a limitação das opções de diversificação. Em muitos casos, isso se deve ao fato de que as condições econômicas ou infraestruturais não favorecem alternativas. O acesso de muitos produtos agrícolas aos mercados consumidores também pode ser dificultado por medidas protecionistas dos países desenvolvidos.

Estudo sobre a diversificação

A OIC fez um estudo sobre a diversificação, examinando oportunidades e condições para a execução de programas apropriados no contexto do combate à pobreza nas zonas de produção cafeeira. Nele, ela apresenta o conceito e a justificação da diversificação, que tanto pode ser horizontal, envolvendo culturas ou atividades econômicas alternativas, quanto vertical, envolvendo o desenvolvimento de novos tipos de produtos do café. Os objetivos são racionalizar a produção, para que, por exemplo, quando o café é cultivado a custos altos, seja possível substituí-lo por outros produtos; apoiar atividades que gerem receitas complementares para os cafeicultores; e fomentar a coordenação mais eficaz das decisões sobre investimentos. Obviamente, a produção total de café se reduziria em consequência. Pode-se baixar este estudo (documento EB-3818/02) do site da OIC. A OIC também analisou experiências passadas e presentes de diversificação nos países produtores (documento EB-3860/04).

Consultas com agências multilaterais e governos

O Diretor-Executivo da OIC vem discutindo cooperação em diversificação com agências multilaterais como a FAO, a UNCTAD e o Banco Mundial, tendo inclusive participado de um encontro de especialistas organizado pela UNCTAD para tratar da diversificação da produção e das exportações em países em desenvolvimento dependentes de produtos básicos.

Solicitou-se aos países produtores que dessem conhecimento ao Diretor-Executivo de propostas para projetos de diversificação e que identificassem áreas prestáveis à diversificação, para ajudar a OIC na busca de fontes de financiamento.

Projetos de diversificação

Um projeto patrocinado pela OIC para reconverter pequenas propriedades de café em pequenas unidades agrícolas familiares auto-sustentáveis foi aprovado pelo FCPB em outubro de 2005. Seu objetivo é proporcionar alternativas de produção e desenvolvimento para aliviar a pobreza de famílias de cafeicultores, através da introdução nas propriedades de café de novas atividades agrícolas rentáveis que garantam níveis de renda mais altos, maior segurança alimentar e a preservação dos recursos naturais. O Equador implementará este projeto, e haverá atividades de difusão na Guatemala, El Salvador e Honduras.

Um projeto piloto que se concentra na produção e na diversificação nas zonas marginais de produção cafeeira do Estado de Veracruz, México, também patrocinado pela OIC, foi aprovado pelo FCPB em abril de 2005 e concluído em agosto de 2011. Seu objetivo era proporcionar aos cafeicultores de zonas marginais atingidas pela crise dos preços baixos outras opções de produção e desenvolvimento e, com isso, um modelo viável de diversificação aos produtores de Arábicas suaves.

Um projeto para intercalar lavouras de café e milho, iniciado na Colômbia pela Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia, é descrito no documento EB-3856/03 e seu adendo.

Workshop sobre o potencial para a diversificação dos países exportadores de café

Em outro projeto, intitulado “Análise comparativa mundial das zonas de produção cafeeira” e aprovado pelo FCPB em julho de 2003, desenvolveu-se um instrumento quantitativo para avaliar a competitividade das zonas de cafeicultura, tais como custos de comercialização e produção. Esse instrumento foi distribuído em um CD-Rom aos Membros da OIC em setembro de 2003. O potencial para a diversificação dos países exportadores de café foi analisado na segunda parte do projeto, e as principais constatações e recomendações resultantes foram apresentadas em um workshop organizado em maio de 2006 pelo Instituto de Recursos Naturais (NRI), a Agência de Execução do Projeto. As apresentações feitas no workshop estão disponíveis na seção Reuniões/Eventos/Workshops da OIC (Meetings/Documents - ICO workshops) deste site.

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